Estava em casa trabalhando no computador quando o ronco de um avião bem próximo chamou minha atenção. Depois outro ronco. E outro, e outro, a tal ponto que não resisti, fui para o lado de fora da casa ver o que estava acontecendo.
No céu, aviões coloridos faziam manobras e soltavam fumaça formando imagens. Só podia ser a Esquadrilha da Fumaça, pois outros pilotos não teriam a mesma habilidade e o misto exato de coragem e loucura. De repente um avião começa a subir como um foguete. Sobe, sobe, sobe… parece parar no ar como beija-flor. Mas ele cai! O motor parece ter sido desligado e ele literalmente despenca dando cambalhotas até que, bem baixo, já fora de meu campo de visão (que vontade de “podar” o abacateiro por inteiro da minha frente), quando eu esperava o “pof”, o ronco do motor recomeça e ele sobe soltando fumaça e voando em espiral.
Depois, bem baixo, um conjunto de seis aviões desfila, três voando normal e três… de cabeça para baixo!!! Como o piloto não cai? O almoço pelo menos deve ter caído. Eu, que adoro voar de monomotor repentinamente começo a perceber que não teria estômago para voar em um destes Tucanos, avião nacional e pilotado pelos melhores de nossa Força Aérea.
Por fim a esquadrilha forma um enorme coração no céu, se despedindo de nós. Os caras voam um do lado do outro em perfeita simetria. Se um erra… dois caem, ou seja, a responsabilidade é consigo mesmo e com o resto da equipe. Eles são bons. Bons mesmo! Dá vontade de continuar olhando para o céu azul e procurando os aviões que poderiam continuar voando por horas, como pássaros dando um show particular nos céus de Boa Vista.