Mais um projeto que contraria os interesses de indígenas, ambientalistas e da maior parte das pessoas com bom senso. Uma hidrelétrica será construída dentro da Terra Indígena Raposa Serra do Sol sem nem mesmo questionar aos moradores locais quanto a aceitação do projeto – como está claro abaixo. Além disso este projeto contraria os planos de construção de diversas micro hidrelétricas com grande potencial de geração de energia sem o comprometimento ambiental e os grandes reservatórios necessários.
Eu fotografei a Cachoeira do Tamanduá na minha primeira viagem a Serra, em 2009. Vejam as fotos abaixo.
Projeto ainda será votado pela CCJ e pelo Plenário. Proposta prevê, entre as condições para instalação da hidrelétrica, a realização de audiência pública com as tribos afetadas e a adoção de medidas de proteção aos povos indígenas.
A Comissão de Minas e Energia aprovou na quarta-feira (15) o Projeto de Decreto Legislativo 2540/06, do Senado, que autoriza a construção de uma hidrelétrica no rio Cotingo (RR), na região que atravessa a terra indígena Raposa Serra do Sol. Segundo o texto, a hidrelétrica vai aproveitar o potencial energético da Cachoeira do Tamanduá, localizada no rio Cotingo, na proximidade do município de Uiramutã.
A Constituição estabelece que o aproveitamento de recursos hídricos e energéticos situados em terras indígenas deve ser precedido de autorização do Congresso Nacional, via decreto legislativo, depois de ouvidas as comunidades. A hidrelétrica afetará uma região onde estão grupos como macuxi e ingarikó. A área que eles ocupam pode ser inundada pela barragem da usina.
Segundo o projeto, as tribos que serão atingidas precisam ser ouvidas em audiência pública na Assembleia Legislativa de Roraima. Além disso, a Fundação Nacional do Índio (Funai) terá que adotar medidas para proteger a integridade do patrimônio cultural das comunidades.
Dispensa de acordo
O relator na comissão, deputado Davi Alcolumbre (DEM-AP), retirou do texto original a necessidade de aprovação pelo Congresso de um acordo com as comunidades indígenas afetadas pela usina. Pela nova redação aprovada, a construção da hidrelétrica fica condicionada ao planejamento de gestão integrada e sustentável dos recursos hídricos.Alcolumbre também acatou emenda da Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional para determinar que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) seja responsável pela licença ambiental para a realização da obra. O texto original estabelecia que o Ibama emitiria os laudos de Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima). “O que cabe ao órgão ambiental é, uma vez aprovado o relatório de impacto ambiental, emitir as licenças ambientais exigidas pela legislação”, afirmou.
Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Pierre TriboliA reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura ‘Agência Câmara de Notícias‘