São 16:00h agora. O agente de saúde vem informar que no domingo (há cerca de 72horas) um indígena de uma comunidade próxima foi picado por uma cobra e não quis vir para cá. Próximo por aqui significa quatro horas de caminhada e com esta chuva até um pouco mais. Não adianta sair agora, será o programa para amanhã cedo, saber de fato o que aconteceu com o indígena e o que pode ser feito. Por hoje, a fazer somente rezar!
Dia seguinte: Ou a cobra não era tão venenosa ou o veneno era pouco. Sorte. Ou destino. O fato é que após passar o dia fora o enfermeiro voltou com a notícia de que o paciente estava bem. No caminho recrutou algumas famílias para participarem das atividades de educação em saúde. Aqui as soluções de saúde de forma alguma podem se resumir a atendimento no posto. Há que fazer educação, tentando entender seus conceitos e de que forma podemos efetivamente auxiliá-los. Fazemos uma encenação sobre acidente ofídico: o que fazer e o que não fazer. Depois escovação coletiva e prática de uso de fio dental. Todos, adultos e crianças, prestam atenção e escovam seus dentes com entusiasmo. Por fim uma roda de conversa sobre problemas nutricionais. Porque tantos desnutridos? O que falta? O que pode ser feito? Não há uma única resposta, mas temos que encontrar caminhos.
Educação em saúde: acidente ofídico
Este post faz parte das Impressões Integrais 74
Impressões Amazonicas sempre projetando um outro olhar da medicina,
Incrivel como é feito de pronto a dinâmica, com linguagem e adaptação ao nivel de entendimento local, de prevenção de novos acidentes,
Admirável….!!! Parabéns Dr. Altamiro.
Tempos que não vêm a Ribeirão Preto. Quando estiver por perto, me avise, vamos organizar um encontro sobre suas experiências novas,
expondo-as aos alunos da nossa Faculdade de Medicina,
Grande abraço,
Felipe Tomé.