Na metade do caminho começa a chover novamente. A chuva não atrapalha tanto o vôo, só o vento e a cerração. O problema é gue não estou enxergando muito além do meu nariz. Se o piloto tambem nao enxergar, ele não pousa e aí é mais um dia aqui. Tento me proteger da chuva gue aumentou. Corro para a mata, mas não é grande vantagem, pois os muitos pinguinhos logo se transformam em poucos pingões. Molham menos mas o efeito moral é pior. Pouco a pouco a chuva passa e ouvimos o ronco do avião. Todo mundo volta para a pista, inclusive os três pacientes que irão comigo. Um deles é seu Cretácio, patriarca da aldeia: aqui quase todos são filhos ou netos, a caçula tendo cerca de 10 anos. Nada mal para quem tem 94 anos, nem um unico fio de cabelo branco, veio descalço para a pista e ainda chegou rindo. Quando crescer quero ser igual ao seu Cretacio.
Seu Cretácio, o patriarca. Gente boa e só cabelos negros.
Este post faz parte das Impressões Integrais 74
Que pena, Seu Cretácoio descalço. Deveria estar de meias. Seria mais tupiniquim, mais chique, mais ribeirinho…