Aldeia Teso do Gavião. Aqui “teso” é sinônimo de morro e quando é grande chama “tesão”. É daquelas coisas que no começo soa estranho, mas depois a gente habitua e já não ri quando alguém diz que “vai no tesão”.
Me chamam para conhecer a Pedra do Piolho. Esta é uma das que Makunáima transformou de animal em pedra, nos tempos míticos dos Macuxi. É fácil entender o porque quando percorremos esta região. As pedras nascem do nada, como se brotassem direto do lavrado. Fazem um espetáculo lindo. Algumas, como esta exercem o fascínio nos habitantes há muito tempo. Muito antes da chegada dos portugueses esta região já era habitada, e as pinturas nas pedras comprovam isso. Sóis, desenhos geométricos e figuras antropomorfas enfeitam a pedra, que o Tuchaua local me mostra orgulhoso “Olhe como é antigo, doutor. Mais antigo do que nós!”. Se hoje nos fascinamos com as pedras brotando do nada, imaginem séculos atrás, quando nenhuma estrada cortava o lavrado, o mítico fazia parte do dia a dia na busca de explicações para entender melhor a vida.
Pedra do Piolho
Antigas pinturas
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