Payakan me convida para pescar. Fui e não me arrependi. Aprendi sobre frutos do cerrado, vi rastros de anta, tracajás (tartarugas de rio) boiando e poraquês (peixe-elétrico) subindo a tona. Mergulhei na Amazônia. De cada peixe pescado (um tucunaré e um trairão) Payakan tirava um pedaço de carne com gordura atrás da cabeça e devolvia para o rio. Ele me ensina: "Temos que usar a sabedoria dos kuben (brancos) e a sabedoria dos kaiapó. Isto é inteligência. Agradeço ao rio devolvendo parte do que ele me oferece, mas uso equipamento bom". Vejo isto na prática: molinete, alicate Coleman, peixe atraído com fruta, pendurado em galho, limpo na hora a moda indígena. Depois,tudo limpo, seco e arrumado. Quem ensina quem, cara pálida?
Frutinhas para chamar os peixes.
Tucunaré sem o pedaço que voltou para o rio. Agradecimento..
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