Foi como reencontrar velhos amigos.
A National Geographic de janeiro traz uma reportagem incrível sobre os Kaiapó, povo guerreiro e animado, com quem eu tive o privilégio de conviver por dois anos.
Hoje os Kaiapó possuem terras indígenas cobrindo uma área maior do que o Estado de Pernambuco, onde fauna e flora estão preservados, apesar do avanço e da “fome” das mineradoras e do atual desenvolvimentismo brasileiro.
O texto de Chip Brown é enxuto e preciso. Mostra como os Kaiapó conseguem viver bem entre dois mundos. Na verdade eles conseguem, mesmo na cidade, mesmo quando assitem televisão, se manter como são: mebengokré, o povo do buraco do rio, orgulhoso de sua língua, de seus costumes, seus hábitos e suas tradições.
As fotos de Martin Schoeller são sensacionais, com retratos que mostram porque eu sempre os chamei de índios fashion. O Cacique Pukatire, citado e fotografado na reportagem, me fez vivenciar um dos momentos mais inusitados em minha saga amazônica, quando me acordou com o seguinte diálogo:
– Good morning, doctor!
– Good morning, cacique! – eu respondi.
– How are you?
– Fine Cacique. Thank you!
– Where is the money, doctor?
Eu dei risada, e sem perder o pique o cacique prosseguiu:
– Bon jour docteaur!
– Bon jour cacique, mais uma vez respondi.
– Comment allez vou, docteaur?
– Tre bien! – eu respondi rindo. E continuei – Cacique, o senhor está muito internaiconal, hein?
E eis que ele me responde:
– Pois é doutor. Estou com saudade de uma viagem para o exterior.
Pedra de Kendjan, aparece na reportagem também. Terra do cacique Pukatire.
Eu atendendo nos anos que trabalhei com os Kaiapó. Aí na aldeia Kokraimoro. 2006 a 2008
Se ficou curioso, confira nas Impressões Integrais. Pode clicar AQUI!
A partir da Impressão Integral 29, começo a contar minha experiência com estes índios fashion!