Aliás… Encontrar Jacaré vale a ida a Benjamin. Vigia de escola, conselheiro tutelar e fundador de um grupo escoteiro, Jacaré, que um dia chamou-se André, tem o maior projeto social da região. Morador do bairro mais populoso e carente da cidade, Jacaré lembrou-se dos tempos de alegria no escotismo e começou a oferecer recreação para suas filhas e outras crianças nos seus momentos de folga. Logo começou a ser seguido por uma legião de infantes, vindo daí a piada: “Lá vai o Jacaré e seus jacarezinhos”. Pronto, logo estava funcionando o ProJac – Projeto Jacarezinho, não tão famoso quanto seu homônimo global, mas muito importante, levando diversão, valores, ocupação e educação para muitas crianças, que de outra forma teriam pouco mais a fazer do que nada fazer.
Minha missão é um curso para chefes escoteiros. Existem nesta região sete grupos ativos, e mais três em processo de abertura, sendo que cinco são formados apenas por indígenas da etnia Tikuna, e estão localizados dentro de suas comunidades. Por que tanto interesse? Fácil entender a preocupação de pais e professores: drogas, prostituição, alcoolismo, tráfico de mulheres são alguns dos termos cotidianos por aqui. O escotismo surge como uma opção para ocupação dos jovens utilizando um método baseado no aprendizado pela ação, em valores e uma série de atividades que permitem incorporarem o novo, sem deixarem de ser o que são, sem se descaracterizarem como indígenas e, especialmente, como Tikunas.
Acima: Eu, Jacaré e sua esposa Josina, do Grupo Escoteiro Marecelo Maia e do Projac – Projeto Jacarezinho
Abaixo: Eu e Athos, Pastor e antigo Conselheiro Tutelar, que está abrindo o Grupo Escoteiro Filadélfia, na aldeia com o mesmo nome.